Basta um rápido tour por qualquer cidade do Brasil para logo
identificarmos a quebra de harmonia estética em prédios e muros, onde rabiscos
traçam o rastro da imperfeição transgressora, e desconstroem tudo aquilo que pensamos
entender como arte. E é por sua proposta anárquica e conscientemente
infratora que vamos dedicar essa postagem, e fazer um breve e superficial
registro de uma das formas de expressões urbanas mais chamativas que
possuímos: o pixo (com x mesmo).
Volta rápida pela área central de Caxias do Sul. |
Em uma famosa rede de eletrodomésticos (qual será?) |
Trocamos uma ideia com um pichador caxiense, que comentou a respeito da ideologia do movimento, falou do mau uso feito por alguns dos grupos, e nos explicou a diferença entre pixo e grafite. Confira:
Comumente ligado à marginalidade, o ato é considerado vandalismo por lei, e devido a esse fato, quase que unanimemente condenado pela sociedade. Porém, poucos se lembram da importância do pixo em um dos períodos mais conturbados da história brasileira: a ditadura militar; quando foi uma das formas utilizadas para protestos contra a repressão do governo.
Obviamente, como todo movimento, haverá sempre quem o utilizará de forma incorreta. No entanto, é reconfortante pensarmos que, por mais alienada que a sociedade torna-se a cada dia, haverá sempre aquele rabisco imperfeito na parede para despertar o espírito transgressor que há dentro de todos nós, e nos lembrar que alguém inconformado, mesmo que com um ato singelo, está protegendo a sociedade da livre opressão do sistema.
Parabéns, ótima matéria.
ResponderExcluirvlwwww, cara.
ResponderExcluirJá dizia Raul Seixas, " quem não tem papel passa recado pelo muro".
ResponderExcluirTinha um muito divertido que dizia algo mais ou menos assim, "Parei, olhei, gostei e bati uma aqui".